segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Uta Hageando

Um pouco do conceito de Uta Hagen. Discípula de Stan, ela aplicou todos seus métodos de forma mais prática. Seu livro é basicamente montado com exercícios dinâmicos e de rápido aprendizado. Uma das fórmulas mais usadas, senão também, a mais comum, são as três perguntas básicas, antes de entrar em qualquer cena, para que cheguemos ¨cheios¨ (emocionalmente e racionalmente), segundo Stan, são: Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Estas respostas não colocam diante da ação, nos dando uma base de construção de personagem, que tenha uma linha contínua, perpetuando seu passado, e objetivando algo em seu futuro. O por que de estarmos ali, naquele determinado momento, visando sair de uma determinada situação. Uta, no entanto, vai um pouco mais além, acrescentando alguns itens / perguntas para nosso questionário interno, formador talvez e muito desejável do psicológico do nosso personagem, do ¨eu¨ de quem iremos interpretar/ vivenciar. São elas:

Obs.: Vou apresentar de maneira didática, para um melhor entendimento. Minha missão aqui, será sempre facilitar o máximo.

1. Quem sou eu? Como é meu estado atual? Como eu me vejo, me percebo? O que

estou vestindo?

2. Quais são as circunstâncias? Qual é o ano / estação do ano / momento em que

começa a ação? Onde (cidade, bairro, casa / apartamento / cômodo) estou? O que me cerca?

O que vejo a minha volta? Em que condições se encontra o local onde estou e os objetos

com que me relaciono? Quais são as circunstâncias imediatas (os antecedentes e as

expectativas)?

3. Quais são as minhas relações? Como me porto em relação às circunstâncias, ao

lugar, aos objetos e, principalmente, às outras pessoas que se relacionam às circunstâncias?

4. O que eu quero? Qual é o meu objetivo geral? Qual é a minha necessidade

imediata? Qual é o objetivo imediato?

5. Quais são os obstáculos? O que está no meu caminho e como eu faço para

transpor?

6. O que eu faço para conseguir o que quero? Como eu ajo para atingir o meu

objetivo? Qual é o meu comportamento?

O 7º item ou pergunta, seria o ¨Como eu faço¨, onde por análise minha, teremos que resolver em cena. Não seria uma pergunta capciosa. No entanto, não tem resposta teórica, mas sim prática. Até por que, um pouco de improviso, de caos, faz parte da conceituação da cena, e quem sabe, seja até o elemento que nos desperte a criação dos nossos maiores e melhores momentos de atuação.

Lembrando que, além das respostas à todas estas perguntas, que nos ajudarão a criar uma história. Devemos também, trabalhar a concentração pré-cênica, que nos fornecerá material emocional, para entrarmos com propósitos e pensamentos. Um ator que entra em cena vazio, seja para dar um - Olá - torna-se um ator desinteressante. Passamos a observá-lo e não a assisti-lo e acompanha-lo para ver o decorrer da trajetória de seu personagem. Enquanto, que, um - Olá - estudado e preparado, pode nos levar a crer que este personagem retornará em alguma circunstância para trazer alguma trama para a história. Pode até não trazer, mas nos deixará a expectativa de querer mais.

Abaixo, um quadro comparativo, das perguntas base para formação psicológico e, por que não, fisiológica dos nossos personagens.

Resumo brevemente resumido de ¨A estética da voz - Uma voz para o ator.¨

Mais uma vez, terei que enfatizar que este é um resumo muito resumido. Portanto, registro aqui a necessidade da leitura e releitura do livro, quantas vezes necessárias, não só para entendimento, mas para compreender todo seu conteúdo.
Lembrem-se que, sempre haverão bons atores, então temos que ser preparados para sermos os melhores.

Estética da Voz – Uma voz para o ator (Eudósia Quinteiro)

Um dos recursos mais necessários para o trabalho do ator é sua voz, sua fala. Onde o teatro / TV e a fonoaudiologia se encontram, é favorável para ambos. É necessário uma voz limpa, bem colocada, e sem ruídos patológicos. Dizer um texto é movimentar todo o mecanismo emocional, corporal e verbal, a favor de uma palavra-verdade. Tudo está ligado: Mente, voz e corpo.

Parte I Corpo
O corpo é a casa do espírito humano. 1- Observar a postura 2- Manter o eixo corporal 3- Imagem corporal 4- Tensões musculares e relaxamento 5- Uso das articulações. Na criação cênica estudar físico, vocal e emocional. Corpo, voz, fala e emoção. Um planejamento minucioso e detalhista, para obter o máximo de rendimento, com o mínimo de investimento corporal, vocal e emocional. É a técnica. O ator é um operário que tem como instrumento de trabalho, a própria vida.

Imagem Corporal
Imagem do corpo humano: Figuração do nosso corpo, formada em nossa mente. Sondar e reconhecer topograficamente seu corpo. Não perceber sua imagem corporal, acarreta problemas musculares e de postura, interferindo o processo vocal. Ex.: de Imagem Corporal > O medo encolhe a imagem corporal, a alegria expande. Roupas e complementos (figurino) fazem parte da composição de uma imagem corporal.

Postura Corporal
A postura forçada apresente falsidade. Postura correta: - Distribui o peso sobre os 2 pés.               – Encaixa o quadril em equilíbrio com o ombro. – Mantém um ângulo de 90 graus para o queixo. Cintura pélvica (quadril), Cintura escapular (ombro). Deve-se cuidar da postura do dia-a-dia, pois esta fatalmente será imposta a seus personagens. Uma ¨postura limpa¨pode ser reorganizada para atender a necessidade de cada personagem.

Os pés
Os pés recebem a distribuição de peso do corpo. O pisar errado, acarreta cansaço, perda de coordenação motora, e até mesmo insegurança emocional. O cérebro depende das condições dos pés, pernas e nádegas. A boa circulação sanguínea favorece o cérebro. Toda a área plantar dos pés, deve tocar o chão ao mesmo tempo (forma correta de pisar). Desvios posturais perturbam a produção sonora humana.

Joelhos
Joelhos bobos: Uma soltura necessária para não criar tensão nesta região. Joelhos levemente flexionados, soltos. Exercício > Pés paralelos, joelhos tensos, todo o corpo tensiona até nossa prega vocal, se soltarmos os joelhos, o músculo alivia. Joelhos tensos podem contribuir para a rouquidão.

Pescoço

Os pescoço se alinha com a coluna, no seu eixo corporal. Pescoço tenso = garganta tensa = garganta arranhada. Exercício > Movimento leve e devagar do pescoço para cima, trás pro eixo, depois para baixo, trás pro eixo, depois pro lado direito, trás pro eixo, e pro lado esquerdo e trás pro eixo. Ajuda no relaxamento.
Articulações

Observar as articulações dos joelhos, cotovelos, quadris e ombros. Tensão em todas estas regiões, levam tensão para o pescoço, e pra voz. Precisam estar relaxadas para funcionarem corretamente.
O relaxamento

Falar é algo complexo. É um fenômeno biopsicossocioeconômico.  Observe seu corpo, para pontuar as tensões e relaxá-las. Relaxamento recomendado > Rotação da cabeça, ombros e pés, e alongamento muscular, sempre lentamente. Os nódulos se soltam com movimentos milimétricos, bem lentos. Antes de aquecer a voz, deve-se relaxar os músculos, cada vez o relaxamento deve ser mais e mais lento. É imprescindível para a fala, relaxar pescoço e ombro, pelo menos 1 X ao dia. Alta tensão não dá resultado cênico. A energia psíquica flui melhor em um corpo relaxado.
Aquecimento muscular pré-cênico

Aquecer músculos e voz, antes de entrar em cena. E antes de aquecer é preciso estar relaxado. Alongamentos suaves, solturas das articulações. O processo de aquecimento ajuda na concentração. Observar o pescoço no relaxamento, para atingir as cordas vocais. O aquecimento ajuda na concentração. O aquecimento psíquico, ocorre, durante a maquiagem e vestimenta do figurino, junto a lembranças importantes do texto e momentos importantes do personagem. Aquecer e desaquecer a máquina corporal do ator. Depois de cena, fazer um trabalho de respiração para sair do personagem. Ficar um tempo em silêncio para descansar a voz.
Voz

Descobrir possibilidades vocais reais, de cada ator, para que a voz cresça e floresça. Voz saudável, limpa e clara, é um prazer ao espectador.
Sistema respiratório

Respiração são trocas gasosas entre organismo e o meio ambiente. O nariz é um tubo que canaliza o ar até os pulmões, De extrema importância para o ator. Se um ator apresenta ao ar livre, deve respirar pelo nariz, a fim de evitar rouquidões. A mucosa nasal, produz um muco que umedece o ar, em sua passagem pela narina.
Seios paranasais

Os seios paranasais são cavidades que contém ar. Agem como câmeras de ressonância. As cavidades devem ser mantidas desobstruídas. Sinusite prejudica. O ator fica sem as caixas de ressonância.
Faringe

Sistema respiratório e digestivo. Faringite pode causar ausência de voz. Adenóide causa voz nasal. Evitar sempre que puder, ar frio,e  abuso de gelo.
Laringe e Pregas Vocais

Laringe é a caixa da voz, onde ficam as pregas vocais. Fenda é o ventrícuo da laringe. Caixa de ressonância, que amplifica o som. A tensão faz as pregas vocais produzirem sons agudos. Manter o pescoço em ângulo de 90 graus com a cabeça.
Traquéia, brônquios e alvéolos

A traqueia dá passagem ao ar. O brônquio se abre nos ductos alveolares onde fica a nicotina, que paralisa os alvéolos.
Pulmões

A pleura (um saco fechado) dos pulmões é fundamental, para que o mecanismo respiratório aconteça.
Diafragma

É importante que o ator identifique o diâmetro torácico. Quando o diafragma é contraído, a inspiração fica longe do pescoço. Esse trabalho faz a sucção de ar. Dando descanso ao nariz.
Respiração

Inspiração: ar entra. Expiração: ar sai. A respiração é um elemento chave na  busca das emoções.
Como respirar

Encontre seu platô: Limite da respiração, referente à quantidade média de ar. Exercício > Sentado, sobre um colchonete, pés esticados pra frente, ponta dos dedos sobre a clavícula, olhos fechados, deixe o corpo fazer o que ele quiser. Você atinge o ponto ideal de respiração. Encontra seu reflexo respiratório. Aprender com o organismo a melhor forma de respirar. Pressão vento > É a pressão de ar na laringe. A tensão conduz a rouquidão. A fala deve girar na economia do ar (platô). O ideal é o ator aprender a trabalhar com pouco ar. Para tanto é necessária uma divisão de texto criteriosa. Que permita ¨pequenas entradas de ar¨. Ler e falar é diferente. O ponto e a vírgula pertencem à mídia impressa. O falante (ator) para, quando sua emoção manda. As divisões de texto estão na vontade do ator, e ligadas a suas emoções. É uma decupagem individual.
Apoio respiratório

Exercício para trazer a voz pro diafragma > (barriguinha de praia) Recolhimento da barriga, sem envolver o estômago (4 dedos abaixo do umbigo) e leve contração glútea, sem envolver o ânus. É o cinturão pélvico. É muito utilizado para gritar ou sussurrar.
Manifestações respiratórias

Espirro é a expulsão de elementos indesejáveis. Tosse é uma resposta a qualquer irritação nas vias respiratórias. A tosse pode ser um apoio psíquico comum nas leituras em voz alta. O bocejo serve para relaxar a face, boca e garganta, antes de entrar em cena. Além de aumentar a oxigenação sanguínea. Soluço não tem nada de útil.
A barriga

Barriguinha de praia > Ventre pra dentro e nádegas contraídas. Aumenta a pressão entre o diafragma torácico e pélvico. As técnicas devem ser ocultas. De uso somente do ator, não devem transparecer em cena. O espectador não deve vê-las.
Curva de queima

Exercício > Faça um reflexo respiratório. Sentado, ereto, com as mãos sobre as saboneteiras, levemente, respirando naturalmente, até encontrar seu platô (limite de ar). Depois corre. O organismo vai pedir mais ar, mas você não vai dar. Depois você para de correr, o organismo pedirá novamente, e você não vai dar. Depois corre novamente, e dê uns pulinhos, o organismo pedirá de novo. Pare e diga um trecho de seu texto, sempre atento as vogais, pois elas permitem uma entrada maior de ar. O ar sai e entra de forma controlada. Pois, você passa a trabalhar com pouco ar, somente o necessário para seu organismo.
Nasalidade

( a ) saída de ar pela boca
( an ) saída de ar pelo nariz

Evitar ressonância em cena.
Higiene da voz

O treinamento vocal, deve ser feito 40 minutos ao dia, de pé, e sempre após o relaxamento. Deve-se repousar antes e depois do uso da voz. Pastilhas gelam a mucosa, anestesiam e nos fazem perder o controle da voz. Após cena, repouso vocal, físico e mental de 30 minutos. Todos podem chegar a uma boa voz e cantar, dentro de suas possibilidades reais. Uma simples rouquidão pode se tornar um câncer laríngeo. A voz é quase sempre um reflexo da personalidade. Dividir o texto para buscar as respirações adequadas para a personagem. Conflito psicológico, pressão, querer acertar, pode levar a rouquidão.
Imagem vocal

Não é a quantidade de exercícios que melhoram a sua voz, mas a adequação de exercícios para sua voz. A rouquidão pode provocar uma imagem vocal inadequada. E a busca pela voz limpa pode soar estranho, pois a pessoa está acostumada com seu rouco, e se assustar com sua voz limpa, cuidada. A divisão de texto deve ser muito bem planejada. Não deve faltar combustível aéreo a nenhuma palavra.
Aquecimento vocal pré-cênico

Som é energia. Exercício das vogais > Vogal ( u ) com as mãos unidas sobre a testa. Vogal ( e ) com as mãos unidas sobre o gogó. Vogal ( o ) com as mãos unidas no peitoral. Vogal ( i ) com as mãos unidas na região do estômago. Vogal ( a ) com as mãos unidas nas nádegas. Em cada um dos itens, abaixe as mãos, e eleve novamente, sempre com os olhos fechados, e relaxado. O exercício amplifica sua energia sonora. Energiza emocionalmente seus personagens. As vogais devem ser ditas, não gritadas. Deve ser feito com calma e concentração.
( u ) Intelecto, racional

( e ) Verborrágico
( o ) Paixões, ódios, invejas

( i ) Receio, medo, timidez
( a ) Sensualidade, sexualidade

Valor da Palavra
¨O verbo se fez o homem¨. O verbo é uma grande potência energética que o ator usa. A palavra é o início da criação. Um ator consegue co-criar um ser humano. O ator precisa conhecer as palavras de seu personagem, sem pudor, intimamente. Deve praticar essa palavra no dia-a-dia, para torná-la fluente e natural. Por isso, é importante o treino diário, como se trouxesse também pra sua vida real, do sotaque, caso seja uma exigência de seu personagem. A fim de torná-lo real e natural, em cena. O ator deve dizer todo o texto, pois as escritas do autor tem significados, e por mais que seja mais cabível a substituição de algumas palavras, é importante o ator dizer o ¨estᨠcom o descompromisso da linguagem ¨tá¨. A fala do ator é um estudo a parte. O ator deve pensar com seriedade na maneira como diz as palavras, se atentando sempre as regras gramaticais. A voz e a palavra, bem combinadas com a respiração, levam a emoção. Um ator necessita de uma voz trabalhada, clara e limpa, e de uma respiração correta.

O ouvir
O ator que ouve em cena é mais concentrado, tem mais ritmo, mais sinceridade, com reações e intenções mais precisas. Ouvir o texto sempre como se fosse à primeira vez, para se deixar afetar. Existe ritmo, musicalidade e tempo no ato de ouvir. Voz e força não combinam, a força física causa danos à fala. Timbre pode ser nasal, agudo, áspero... Cada região tem um ¨cantar¨ identificador resultantes de uma história regional bem vivida. Deve ser mantido, ou amenizado de acordo com exigências empregatícias. No entanto, para facilitar, o ator deve amenizar seu sotaque e aproximá-lo do usual ¨carioca ou paulista¨.

Partitura do ator
Partitura é todo o trabalho de notação e anotação, feito pelo ator no texto. Adaptar o texto para linguagem oral, respeitar pensamentos e emoções, ao invés de vírgulas e pontos finais. O mais importante na divisão de texto é a respiração, a ¨pausa¨.

V – Roubada de ar.
I – Pequena pausa. Fechamento parcial de ideia.

II – Pausa grande. Fechamento total da ideia. Pausa psicológica.
III – Pausa gigante. Sentimentos fortes, grande tensão.

Divisão de texto é muito pessoal. Obedece a respiração de cada personagem. A marcação de cena pode mudar a divisão do texto. Emoção e respiração caminham de mãos dadas.
Articulação da palavra

Sentados, olhos fechados, leve os dedos das mãos unidas, até a articulação da mandíbula, tocando sutilmente. A mandíbula irá relaxar. Feito isso, dê todo o seu texto acrescentando a vogal ( u ) antes de todas as vogais, do texto. Ajuda a limpar o texto e dar dinâmica as falas.
Ex.: O dia está lindo hoje.  > Uo duiua uestua luinduo huojue.

Visualização da palavra
Antes de começarmos a falar, nós imaginamos o que iremos dizer. Só então, transformamos essas imagens em palavras (Kusnet). Ouvir e ter imagem das falas dos companheiros, para reagir humanamente. Apreciar o som das palavras serve como inspiração interior. Vestir ¨figurino sonoro¨em cada personagem. Tirar imagem das palavras, os subtextos. Ouvir é ver aquilo que se escuta. Falar é desenhar imagens visuais. As imagens interiores são atração pro nosso sentimento nas palavras e falas. Pensar, antes de dizer, regulariza o ritmo da cena, trás segurança. O ator que ouve por imagens, jamais antecipa sua fala, ou atropela a fala do outro companheiro de cena. Capacidade de pensar em cena, como o personagem, ¨ser¨. Contagie seu parceiro de cena. Assim se sentirá mais contagiado. Manter o pensamento coeso, fiel ao personagem. Se o ator permite que seu pensamento vagueie, ele fica altista em cena. Somos o resultado imediato do que pensamos. O personagem existe e tem seus próprios pensamentos. Quando as palavras se tornam minhas, fico a vontade em cena. Dar liberdade ao personagem, deixar fluir a energia mental. Visualize as falas, sempre do ponto de vista do personagem. As pessoas esquecem de falar com o corpo. As imagens produzem o choque emocional. Fazer caretas estimula a musculatura da face. Brincar com a voz, do sussurro ao grito, mostra as habilidades do seu aparelho fonador. O corpo acompanha e complementa a visualização da palavra. O espontâneo, o natural é fruto de uma pesquisa incansável. Ouvir com os olhos. Ver os sons, representar graficamente, dar cor. O ator é um trabalhador que usa o corpo, a alma e a mente para criar pessoas. Relaxamento corporal. Tensões musculares apresentam dificuldades para emissão de sons. O corpo precisa ter o eixo dentro da linha da gravidade. Peso bem distribuído pelos dois pés. Respiração correta, dentro do estudo do reflexo respiratório. Barriga pra dentro, glúteo contraído (barriguinha de praia). A arte de dizer é do ator, e a palavra sua matéria-prima. O ator deve mergulhar cada vez mais em seu próprio eu. Para tornar-se rico em recursos que favorecem o possível milagre de criar personagens. O ator é co-criador, junto com Deus, da vida do ser humano que interpreta.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Resumo super resumido de: A Preparação do Ator

Li esse livro seis vezes, e pretendo ler a sétima, oitava e quantas vezes forem necessárias, para abstrair tudo que ele tem a nos oferecer. Praticamente a bíblia do ator. Muitos curiosos discutem as teorias de Stanislavski, por conta da história como foram escritos os livros e suas versões em diversos países. Inclusive, comentam sobre o método não estar completo. Pois, a ideia inicial de Stan (vou chama-lo carinhosamente desta forma, pra reter digitações) era de publicar todas as obras de uma só vez. No entanto, foi dividida em três partes. Especulações a parte, sou uma fã particular, e o método de Stan me rendeu um baseamento que não havia conseguido em nenhum outro livro. Depois dele, foram surgindo vários outros métodos, em sua grande maioria, apenas acompanhando ou aperfeiçoando sua proposta inicial, e alguns autores, assumidos discípulos de Stan, agregaram exercícios e formas diferentes de aprendizado, dentro ainda, de seus incríveis métodos de estudo. Por isso, continuo com meu firme pensamento de que sua obra deve ser seguida sim, de maneira minuciosa, e estudada e lida, quantas vezes necessárias para que possamos absorver tudo que esse gênio tem a nos oferecer. O livro é complexo, por isso, a primeira leitura provavelmente deixará o ator um bocado confuso. Insista! Neste blog trabalhamos o truque da persistência, de ir a exaustão, até aprender tudo que precisamos para colocarmos todas as teorias em prática, de maneira sutil e eficaz.

Quis falar um pouco de todo meu processo, para atentá-los, a não se prenderem a este resumo. Pois, seria desperdiçar a arte de um grande nome do teatro, em prol da facilidade. E um excelente ator (me dirigirei sempre desta forma à nossa profissão, ¨excelente ator¨, pois de bons atores o mundo está cheio, precisamos ser excelentes para fazer a diferença) não busca o caminho mais curto, busca o caminho que lhe permitirá mais experiências e maiores observações da vida.

Stanisvavski
 
1-     A primeira prova

Jamais congelar uma ideia. O ator deve dominar seus métodos. Não engessar o personagem no ambiente do ensaio. Passar o texto em diversos lugares diferentes, ajuda a não cristalizar uma ideia.

2 - Quando atuar é uma arte

O ator deve viver o papel inteiramente. Por isso não lembrar do que foi feito é sinal de que viveu em cena, não se assistiu.

O ator deve se deixar levar pelo personagem.

Dirigir-se ao que podemos alcançar, de resto a natureza o fará. Não pretender mais do que podemos realizar.

Tomar os processos internos e adaptar a vida espiritual e física do personagem.

Viver interiormente e dar uma encarnação exterior ao personagem.

As bases orgânicas da natureza, impede de seguirmos o caminho errado.

Viver o papel a cada instante.

NÃO se observar pelo espelho. Ele mostra o exterior, quando a construção deve ser feita a partir do interior.

Os sentimentos humanos exigem emoções naturais, no próprio instante, em que nos apresentam encarnados.

Atores mecânicos se prendem a clichês, representam... Está ERRADO!

Para reproduzir sentimentos é necessário reconhecê-los por experiência própria.

Não represente "exteriormente" algo que não esteja sentindo "interiormente".

3 - Ação

Colocar intenções nas ações. Não abra uma porta, por abrir. Abra com a intenção de descobrir quem te espera, de saber se está frio lá fora, se o carteiro deixou sua carta...

Focar sempre no verbo: "abrir" de "abrir a porta" deve ser de suma importância e colocar suas vontades e intenções.

Ainda sobre a porta, pode-se utilizar o "se" imaginário, pra despertar emoções, intenções. "se tivesse um louco atrás da porta".
O "se" desperta uma atividade interior e real.

Toda ação deve partir do interior, ser real. Acompanhar sub textos, pensamentos.

Criatividade inconsciente, por meio de técnica consciente.

4 - Imaginação

Criar base de imaginação para exercícios. Provoque sensações de frio, calor, fome, cansaço...

A imaginação do ator deve ser elaborada de forma minuciosa, e erguida sobre uma base de fatos.

O ator deve estar entregue, e envolvido de corpo e de espírito. Sentir o desafio à ação, tanto física, quanto intelectual. Cada movimento em cena, cada palavra, é resultado de nossa imaginação.

Treinamento:
- Hoje faz frio?!
Antes de responder, lembre-se de como saiu de casa, o que vestia, se estava a pé, de carro ou condução.

5 - Concentração da atenção

É preciso olhar as coisas e realmente vê-las.

O ator deve ter um foco de atenção em cena, pra não desviar a concentração.

Se vemos a imagem em nosso "interior" conseguimos transmiti-la ao nosso "exterior" de forma crível.

O talento sem o trabalho, é matéria-prima sem acabamento, no seu estado bruto.

O ator deve ser um eterno observador da vida real. Olhar e ver. Não deixar nada passar desapercebido.

6 - Descontração dos músculos

A contração muscular impede o ator de ter liberdade em cena.

7 - Unidades e objetivos

Crie dentro do texto e de seu personagem, um canal de divisões amplas, que tenham sido devidamente preenchidas e elaboradas.

O verbo sempre será o ativo no texto.
O verbo provoca pensamentos e sentimentos, que levarão a ação.

Cada objetivo deve trazer dentro de si a semente da ação.

8 - Fé e sentimento da verdade

A verdade em cena é tudo aquilo que podemos crer com sinceridade, tanto  em nós mesmos como em nossos colegas.

Começar o trabalho por dentro, acreditando na realidade das sensações.

É impossível controlar o todo de uma vez, temos que fragmentá-lo e absorver cada pedacinho.

Você cria o corpo num papel e depois cria a alma humana.

Ações físicas sempre devem vir acompanhadas de atitude.

Perguntas a serem feitas, antes de entrar em cena: - Quem sou? - De onde eu vim? - Onde estou? - Pra onde vou?

Senso de verdade colabora no senso de fé, no que está fazendo.

Se você acredita, tem fé no que faz em cena, a emoção virá naturalmente.

Quando realizar uma tragédia, não pense nas emoções, pense no que tem que fazer, e faça.

A primeira vez sempre tem um frescor de verdade. Mas, com as técnicas, a segunda fez fica tão verdadeira quanto a primeira.

Parecer e Ser.
O ator tem que "ser" sempre.
Não se contentar com aparência exterior.

Tudo deve ser real na vida imaginária do ator.

O ator deve exercitar sempre sua criatividade, crença, imaginação, memória, voz e corpo.

Transformar realidades humanas  em cristais de verdade artística.

Sempre se agarrar ao fio da verdade.

9 - Memória das emoções

Toda produção exterior é formal e fria, quando não tem motivação interior.

Recorrer à memória da vida. O "inesperado" é alavanca no processo criador. Pois o ator improvisa.

Busque lembranças de um lugar que remeta sensações de angústia, encantamento, pânico, felicidade...

Pode-se até entrar em cena sobre o plano exterior, mas durante, recordar sentimentos "anteriores" e se entregar a eles.

Os atores podem reproduzir o que vêem e o que não vêem, mas habita em sua imaginação.

É preciso treinar a memória emotiva (ou afetiva) para trazê-la em cena no momento desejado.

Os nossos sentidos olfato, paladar e tato, auxiliam na memória emotiva.

Os sentimentos do personagem não serão do autor, mas sim do ator.

Nunca se perca em cena. Atue em sua própria pessoa, como artista.

Sempre será você em cena, mas com uma variedade de emoções, sentimentos, pensamentos...

Olhar e ver as coisas em cena. Reagir e se entregar ao que se passa em torno do ator.

Não comece pelo resultado. Não busque o sentimento. Busque o que levou a sentir aquilo, naquele momento.

Se tiverem matéria emocional, viva, encontrarão uma maneira de despertar.

O ator sente a situação do personagem tão intensamente, que se coloca no lugar da pessoa.

O ator cria vida do seu tempo, do passado e do futuro. Por isso, precisa experimentar e se deixar levar pelas emoções.

É preciso renovar sempre nosso estoque de sensações e emoções.
Buscando novas experiências, lendo livros, observando a vida e nos comunicando com outras pessoas.

10 - Comunhão

Um ator não é um robô. Ele entra em cena trazendo sentimentos e pensamentos pessoais, mas depois se entrega ao personagem.

Manter um fluxo ininterrupto. Saber falar e ouvir em cena. Estar conectado.

Trocar sentimentos, emoções com o olhar. Mesmo sem palavras. Somente sub texto. Jogar em cena com o outro ator.

Manter a comunhão. Olhar e realmente ver. Escutar e realmente ouvir.

Pra trocar pensamentos e sentimentos com alguém, deve oferecer algo que ele próprio já experimentou.

Um ator deve apreciar cada órgão de comunicação. Deve ser orgânico como um todo.

Você pode transmitir sentimentos somente através do olhar.

O ator que mantém uma cadeia coerente de seus sentimentos, deixa se atingir durante a cena, sair modificado de como entrou, possui a garra da verdade.

Auxílios exteriores estimulam o processo interior.

11 - Adaptação

Você deve adaptar-se ao seu parceiro de cena. Adaptar-se também a imprevistos. Se preciso, improvisar.

As adaptações mais poderosas vêem do subconsciente.

12 - Forças motivas interiores

É preciso que o espectador sinta sua relação com o que diz.

Sentimento, Mente e Vontade.

O ator toma as falas do personagem e chega a uma concepção do que significam. Essa concepção afetará seus sentimentos e sua vontade.

13 - A linha contínua

Em cena quando a linha interior se interrompe, o ator deixa de sentir.

Use sempre toda a força interior que tiver na construção de uma linha contínua. Para não cair na representação, na artificialidade.
Reúna passado, presente e futuro do personagem, para criar uma linha contínua.

14 - O estado interior da criação

Mente, vontade e sentimentos combinam-se para mobilizar seus elementos interiores.

Usar elementos de concentração e relaxamento para estimular o estado interior da criação.

Se pedirem que busque uma chave, que perdeu. Busque motivos que o levaram a procurar a chave. Pra abrir o carro, levar alguém pra sair, buscar alguém...

15 - O super objetivo

As técnicas não fabricam a inspiração, mas criam um terreno favorável pra ela.

16 - No limiar do subconsciente

No subconsciente abrimos os olhos da alma. A liberdade é atrevida, voluntariosa e ativa. Corremos riscos e acreditamos em loucuras.

Não é necessário ter vivido pra sentir.
Mas é preciso sentir com "ar de vida".

Crer na espontaneidade e colocá-la em seu personagem, te levará ao subconsciente.

Para alcançar liberdade interior. É necessária descontração física.

Verdade real, fé nas ações, o "Eu sou".

Devemos ir até nosso limite, sempre. Introduzir algo inesperado em cena, pode nos aproximar da verdade.

A indecisão oprimi. O ator deve ser corajoso, se jogar.

O ator deve utilizar seu próprio material espiritual e humano.

O pai é o autor. A mãe é o ator. E a criança é o personagem.

É chegada a hora, de um pouco de história

Nada na nossa vida vem de graça. Costumo brincar com o ditado: ¨O que vem fácil, vai fácil.¨ A arte de atuar, interpretar, exige paciência, dedicação e constante estudo. O ser humano está em eterno processo de mudança. E se nós atores, criamos novas almas humanas dentro dos nossos personagens, temos que estar atentos, pesquisando, lendo, se motivando, observando, 100% dos nossos dias. Para isso, um blog, onde disponho minha opinião, alguns resumos que fiz, outros, fonte de pesquisa (livros e sites). E sinceras opiniões, críticas construtivas ou dúvidas, serão muito bem vindas. O que soma em nossa vida, é a troca. O famoso jogo, onde a cena acontece no ¨entre¨ as duas pedras que se chocam, na faísca.

Um pouquinho de teoria, nunca é demais.

¨O que é Teatro?

Imprimir dramaticamente às próprias palavras e/ou atitudes, para suscitar comoção ou interesse.

É a expressão da realidade. Instrumento de divergência, advertência, ensinamento, documentação e instrução. As formas pelas quais ele desempenha essa missão são diferentes e variadas.

O teatro é uma arte em que um ator, ou conjunto de atores, interpreta uma história ou atividades, com auxílio de dramaturgos, diretores e técnicos, que têm como objetivo apresentar uma situação e despertar sentimentos no público.

No Teatro, uma história e seu contexto se fazem reais  e verídicos pela montagem de um cenário e a representação de atores em um palco, para um público de espectadores.

Engloba todas as outras artes podendo utilizar a música como trilha sonora, a dança como expressão corporal, as artes plásticas como cenário, etc.

O teatro só pode acontecer quando há a união de 3 elementos indispensáveis: ator, personagem e espectador. Se um deles não estiver presente, não há teatro. Todos os outros componentes são opcionais, de acordo com a concepção.

O teatro ocidental originou-se na Grécia com o culto a Dionísio (para os Gregos) ou Baco (para os Romanos), deus dos ciclos vitais, da alegria e do vinho. (MAIS!)

Ator

Ator ou atriz é aquele que cria, interpreta e representa uma ação dramática com base em um texto emprestando plenitude física e espiritual com o uso de sua voz, corpo e emoções ao simples texto concebido pelo dramaturgo com o objetivo de transmitir ao espectador as ações dramáticas propostas. O ator é um instrumentista que usa o próprio corpo e seu ponto de partida, sem dúvida, é o texto, a personagem que lhe cabe “encarnar” na peça.

Até as menores ações e expressões de um ator podem transmitir à plateia significados intensos, desde aqueles perceptíveis com clareza até os “subliminares”.

O primeiro ator da história do teatro foi Téspis de Icária ao se destacar do coro e dirigir-se à multidão interpretando um personagem, o Deus Dionísio.

No início da história do teatro somente homens atuavam e só a partir do século XVII, as mulheres passaram a dividir a cena. Therese du Parc, conhecida depois como La Champmesle, foi a atriz que primeiro interpretou o papel principal de Fedra, da obra de Racine, tornando-se então uma das principais atrizes da chamada Commedie Française, Tornando-se assim a primeira referência feminina de que se tem notícia.

Personagem

A palavra vem do termo grego Persona. Um personagem é o papel interpretado pelo ator numa peça dramática. O ator não é o personagem, mas o representa para o espectador, assumindo personalidade, traços psicológicos e morais da pessoa criada pelo dramaturgo.

Pode ser subdivido em: personagem plano, redondo e tipo.

Um Personagem Plano é aquele construído em torno de uma só ideia ou qualidade, sendo possível defini-los em poucas palavras.

O Personagem Redondo apresenta várias qualidades ou tendências e, por essa razão, é multiforme e complexo. Por fim, os que apresentam um tipo padrão de comportamento são os Personagens-Tipo.

O Protagonista de uma peça é o personagem principal, o que permanece em primeiro plano na narrativa. Já o Antagonista é o “protagonista às avessas”, o adversário, o vilão, aquele que se opõe às ações do protagonista.

Coadjuvante são os personagens secundários que estão ao lado do protagonista ou do antagonista. O coadjuvante (ou adjuvante) pode ainda ser figurado por meio de um elemento não humano: uma máquina, uma fada, um animal, etc.

Espectador

São pessoas que assistem, escutam e recebem informações.

Ele faz parte do jogo teatral, é alguém que assiste o ator representar, a imitar a ação, mas reage, no momento, como se estivesse diante do personagem a praticar a ação imaginada.

O Teatro no Brasil

O teatro chegou ao território Brasileiro no século XVI como forma de propagar a fé religiosa e com esse intuito, Padre José de Anchieta escreveu alguns autos para catequizar os indígenas e integrar portugueses, índios e espanhóis.

Dois séculos separam a atividade teatral jesuítica e o desenvolvimento teatral no Brasil e isso aconteceu quando o país estava em processo de colonização e em batalhas de defesa de território.

Gonçalves Dias é um dos mais representativos autores e alguns romancistas, como Machado de Assis, Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, e poetas como Álvares de Azevedo e Castro Alves, também escreveram peças teatrais no século XIX.

A partir da encenação de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, nasce o moderno teatro brasileiro, não somente do ponto-de-vista da dramaturgia, mas também da encenação, em pleno Estado Novo.

Foi quando surgiram grupos e companhias estáveis. Os mais significativos, a partir da década de 1940, foram: Os Comediantes, o TBC, o Teatro Oficina, o Teatro de Arena, o Teatro dos Sete, a Companhia Celi-Autran-Carrero.

Quando o teatro brasileiro dava seus primeiros passos com segurança, a ditadura militar veio impor a censura prévia a autores e encenadores, conduzindo o teatro a um retrocesso produtivo. Apenas com o fim do regime militar, no início da década de 1980, o teatro restabeleceu seu rumo e estabeleceu novas diretrizes.

A Primeira Teoria

Foi Aristóteles (384-322 a.C.), – quem fez a primeira reflexão teórica sobre a natureza e os princípios que regem a arte dramática. Aristóteles definiu os principais elementos de uma peça teatral: o pensamento, a melodia e a encenação. Embora com algumas variações, essa concepção prevaleceu ainda hoje, especialmente nas formas de teatro mais tradicionais.

Os gregos produziram considerável acervo de comentários e referências sobre o teatro e a literatura dramática. Nada, porém, superou em importância, a Poética de Aristóteles em seus capítulos dedicados à tragédia e à comédia, o primeiro corpo sistemático de teoria do teatro e do drama.

Dramaturgia

Dramaturgia é a composição do drama e sua apresentação no palco.

As obras podem ser escritas especificamente para ser representada ou podem ser adaptadas por um dramaturgo.

Sua principal característica é a composição de histórias para “faladas” no palco, já que se trata de um estudo dramático propriamente dito, em que o dramaturgo ao escrever uma peça teatral, cria as personagens e os conflitos.

Todavia a arte da dramaturgia não está relacionada apenas ao texto teatral, mas é encontrada em toda obra escrita com o propósito de contar uma história, como em roteiros cinematográficos, romances, contos e telenovelas.

Cena

Cada uma das unidades de ação de uma peça, cuja divisão se faz segundo as entradas ou saídas dos atores: cena francesa. Consiste sempre basicamente de: início, meio e fim. Divisão do ato da peça teatral, momento de uma peça. É um conjunto de ações em torno de um tema.

Happening

Espetáculo que exige a participação ou prevê uma reação do público, e procura provocar uma criação artística espontânea, eventualmente coletiva.

Monólogo

Um Monólogo é uma longa fala pronunciada por uma única pessoa.

A etimologia do termo é composta pelos radicais gregos monos (um) e logos (palavra, ou ideia), em oposição a dia (dois, ou através de) e logos. A palavra pode também ser aplicada a um poema no formato de pensamentos ou discurso individual.

No monólogo é comum que os atores exponham ideias que podem dar a impressão de que há mais de um ator em cena, mas que na realidade exija somente uma pessoa durante a cena. O monólogo está associado à conflitos psicológicos que não necessariamente sejam individuais.

São comuns em óperas numa ária, recitação ou outra seção cantada, tendo uma função similar a um monólogo falado numa peça teatral. Encontram-se monólogos também na literatura de ficção do século XX e existem ainda espetáculos realizados totalmente com apenas um ator em cena.

Há dois tipos básicos de monólogos no teatro: o Monólogo Exterior que se dá quando o ator fala para outra pessoa que não está no palco ou na platéia e o Monólogo Interior quando o ator fala para si mesmo. É introspectivo e revela motivações interiores para o público.

Performance

Expressão que consiste em produzir determinados eventos por meio de gestos e ações sem contar qualquer história. Forma de arte que combina elementos do teatro, das artes visuais e da música. Nesse sentido, a performance liga-se ao happening (os dois termos aparecem em diversas ocasiões como sinônimos), sendo que neste o espectador participa da cena proposta pelo artista, enquanto na performance, de modo geral, não há participação do público.

Improvisação

Improvisação Dramática é uma técnica de jogo dramático na qual o ator interpreta alguma coisa imprevista, não prepara anteriormente, inventa no momento da ação.

Já a Improvisação Espontânea é a técnica aplicada nas atividades de expressão dramática e consiste na criação espontânea a partir de um fato, situação ou ação proposta.¨

Fonte: desvendandoteatro.com.br